
O Ministério Público (MP) anunciou, nesta terça-feira, a abertura de um inquérito criminal relacionado ao caso das trabalhadoras despedidas do Bloco de Esquerda (BE). A investigação foi motivada por alegações de irregularidades no processo de demissão de funcionárias que prestavam serviços ao partido. Amadeu Guerra, membro do BE, declarou em entrevista que existem "indícios de falsificação" nos documentos que formalizaram as demissões, o que levou as autoridades a iniciarem uma apuração mais profunda sobre o ocorrido.
O caso ganhou grande repercussão pública após a denúncia de que as trabalhadoras, que atuavam em funções administrativas e de apoio, foram dispensadas de maneira abrupta e sem justificativas claras. Segundo fontes próximas, o processo de rescisão teria sido marcado por uma série de irregularidades, como a falta de comunicação oficial e a ausência de documentos que comprovassem as alegações apresentadas pelo BE. Esses fatos geraram questionamentos sobre a transparência e a legalidade das ações do partido em relação aos seus funcionários.
Amadeu Guerra, que não escondeu sua indignação com a situação, afirmou que há evidências de que alguns dos documentos usados no processo de demissão podem ter sido alterados ou falsificados. "O que está em causa é a integridade do processo e a confiança que os trabalhadores devem ter nas instituições que os empregam", disse Guerra, enfatizando que a verdade precisa ser esclarecida e que os responsáveis por possíveis irregularidades devem ser responsabilizados.
Por sua vez, o Bloco de Esquerda, em nota oficial, repudiou qualquer tipo de prática ilegal ou antiética e afirmou que está colaborando com as investigações do Ministério Público. A liderança do partido ressaltou que, caso seja comprovada qualquer irregularidade, as devidas correções serão feitas, e os responsáveis serão punidos de acordo com a lei. O BE também expressou solidariedade com as trabalhadoras afetadas e garantiu que está revisando os processos internos de contratação e demissão.
A abertura do inquérito representa mais um capítulo de uma crise interna no BE, que se vê agora pressionado a esclarecer não apenas as demissões em questão, mas também a gestão de seus recursos humanos. A expectativa é que, nas próximas semanas, mais detalhes sobre o caso sejam revelados, o que pode influenciar tanto a imagem pública do partido quanto a confiança de seus militantes e simpatizantes nas suas práticas administrativas.